terça-feira, 28 de abril de 2015

Potion Aprroaching.

                Corri até não sentir mais o tremor de minhas pernas. Sentia-me preso em minha própria mente. Tinha a sensação de querer algo impossível, inalcançável. Seu par de olhos cor-de-mel assombravam meus pensamentos, mostrando o quão desesperado eu ficara. Tua abstinência pesava em meu corpo. Teu silêncio corrompia minha sanidade.
                Minhas mãos (logo elas!) pareciam ter envelhecido dez anos. Os cabelos de minha barba começavam a apresentar sinais da idade. Tudo me fazia lembrar de algo distante, gracioso e com nome. Rude por definição própria, tinha o sorriso mais belo. Teus dotes físicos e intelectuais me enchiam de uma mistura de admiração e tesão. Era poeta e nem sabia. Assim como não sabia todo o mal que me fazia. Assim como não sabia todo o bem que me fazia.
                Por um tempo, achei que o equilíbrio bastava-me, somente para perceber que eu nunca estava satisfeito. Todos os minutos de longe de teu cheiro eram errados, sem nexo com os meus desejos. A tristeza de meu ser dizia: o meu querer era muito pouco para toda a sua relatividade. 

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