Corri até não sentir
mais o tremor de minhas pernas. Sentia-me preso em minha própria mente. Tinha a
sensação de querer algo impossível, inalcançável. Seu par de olhos cor-de-mel
assombravam meus pensamentos, mostrando o quão desesperado eu ficara. Tua
abstinência pesava em meu corpo. Teu silêncio corrompia minha sanidade.
Minhas mãos (logo elas!)
pareciam ter envelhecido dez anos. Os cabelos de minha barba começavam a
apresentar sinais da idade. Tudo me fazia lembrar de algo distante, gracioso e
com nome. Rude por definição própria, tinha o sorriso mais belo. Teus dotes físicos
e intelectuais me enchiam de uma mistura de admiração e tesão. Era poeta e nem
sabia. Assim como não sabia todo o mal que me fazia. Assim como não sabia todo
o bem que me fazia.
Por um tempo, achei que o equilíbrio
bastava-me, somente para perceber que eu nunca estava satisfeito. Todos os
minutos de longe de teu cheiro eram errados, sem nexo com os meus desejos. A
tristeza de meu ser dizia: o meu querer era muito pouco para toda a sua
relatividade.
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