O tempo
havia parado.
Eu não tinha feito
nada, na verdade. Demorei algum tempo até notar que seu olhar não havia focado
em algo, mas sim parado. Observei-o por algum tempo, e percebi o quão
inexpressivo era. Não havia mais cor em seus olhos. Seu rosto demonstrava um
certo cansaço, provavelmente devido ao longo dia que tivera. Sua mão direita
segurava a esquerda com bastante força, tanto que deixava sua palma branca.
Seus pés estavam esticados, de um modo que a sola não encostava no chão. Os
ombros pareciam rígidos, diferentes dos que eu estava acostumado.
Durante aqueles minutos, pude
notar diversas coisas que não condiziam com a pessoa que eu conhecia há oito
anos. Se o tempo não tivesse parado, não iria tomar conhecimento de seu claro
nervosismo, mesmo que tivesse passado despercebido por mim. Se eu não conseguia
dormir nas últimas noites, descobri que ela também passava pelos seus maus
bocados. A dor não era exclusiva minha, embora tivesse diferentes razões.
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