Chovia bastante.
Ficava difícil enxergar pouco mais de alguns metros, com as gotas tão grossas.
Era bonito de se ver, na verdade. Era madrugada, então a única luz era a dos
postes, focando em pequenos círculos d’água. Também havia um frio, que
combinava com o café em cima da mesa. O meu cobertor antigo era essencial,
envolto em mim. Todos esses fatores me faziam pensar em diversas coisas, no
conforto daquela cadeira. Imaginei o que estaria fazendo em dez anos. Onde
estaria. Com quem. Aos vinte, a perspectiva da vida começa a tomar forma. Se antes
eu era somente um vagabundo, dentre tantos, hoje o futuro já bate minha porta. É
incrível o que um ano pode mudar em você. Não digo que estou mais maduro, pois
ainda estou perdido nesse mundo, mas consigo sentir que estou diferente. Ou
algo assim.
Também pensei na
saudade. Saudade essa que me deixou feliz por um tempo, lembrando dos detalhes.
É tanta coisa que acabo esquecendo, salve o que deixo guardado em algumas
folhas. Dou risadas e, por um momento, esqueço que saudade também é tristeza. Saudade
é ausência. Saudade é passado. E não volta mais. terça-feira, 30 de junho de 2015
segunda-feira, 15 de junho de 2015
Lion's Mane.
Ela tinha uma
cachorra, com um nome um tanto quanto peculiar: Kira. Sempre achei que fosse
uma palavra japonesa, embora duvido muito que tenha se baseado nisso. Escrevendo
isso, percebo que nunca cheguei a perguntar sobre a origem, na verdade. Ela já
estava velha quando a conheci, em idade de cachorro. Talvez oito? Não sei. Não
lembro.
domingo, 14 de junho de 2015
To A Friend.
Gosto de pensar que
as coisas dão certo. Em um certo ponto, talvez nem agora ou daqui a duas
semanas, mas em algum momento. Digo,
é mesmo possível vivermos por tantas curvas somente para chegar em um lugar sem
nada? Sei que não estou pedindo muito. Somente quero algo simples e bonito,
talvez até com algumas enroscadas de pés. Se isso for algum tipo de prêmio para
os que aguentam até o fim, tudo bem, estarei aqui, novamente, abrindo as portas
e janelas. Caso contrário, voltamos ao ponto, de que adianta?
sábado, 13 de junho de 2015
Sonhos e delírios.
Quiet down,
reality is
on its way.
Keep it
inside,
the world is
moving.
Forgive me,
I am not a
soldier.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
Último Romance.
Countless
nightly delusions
led me to
see
everything
and everyone
through your
silhouette.
Old black
sweatshirts
and glasses
corrupted my
sanity,
as I
wandered the streets,
without your
alluring voice.
You left a
blank space
in my
deepest desires.
No man
should ever run
after what’s
been long gone.
Down the hill
I went.
No clear end,
just the
radiant moon.
Waiting.
Still.
Catching a
glimpse
of your delicate face
in my oldest
memories.
segunda-feira, 8 de junho de 2015
domingo, 7 de junho de 2015
Sem Débora, Blue.
Quando Débora me deixou, minha vida
ficou dividida entre dois momentos: o antes e o depois. Seu completo
desaparecimento deixou-me um vazio existencial, um buraco em meu peito que não
cansava de latejar. Ansiava todos os dias por mensagens, aquelas bobas e
aleatórias, qualquer coisa que me fizesse esquecer um pouco o cansaço semanal.
O silêncio mostrou-se um grande inimigo meu, porém o jeito menos doloroso de
ser conduzido até o fim.
I Will Follow You Into The Dark.
Se eu dissesse que
minhas noites têm sido tranquilas, estaria negando minha própria existência.
Pouco a pouco, as olheiras começam a se formar sob minha pele, agora já
envelhecida pelo cansaço dos dias. Sabe o que é, meu bem? Passei a tomar tuas
próprias dores, e as somei com as minhas. Não tenho mais sossego, ficando
somente com a tua ausência em mim. Você se foi, deixando um rastro de saudade
pelo caminho, o qual impetuosamente segui. Ingênuo, fui cego pela luz que você
emanava, lá longe de mim. No fim, não era nada. Somente a lua pairando pelo
céu, lembrando-me de alguém que, um dia, conheci.
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Give Out.
Frio.
As cobertas envoltas
de mim.
Olha, morena, tou
cansado de dormir.
É verdade:
Cainho diz que o
mundo dos sonhos é melhor.
Concordo
e assino em baixo.
Mas qual a graça?
A realidade é outra.
Nela, não te vejo.
Nunca.
Nunquinha.
Não escuto tua voz,
não sinto teu cheiro,
não beijo tua boca.
A realidade é cruel,
com tudo em preto e
branco,
sem riso,
sem você.
Sem você, morena.
Morena, por onde
andas?
Deixe-me te encontrar
por aí
ou por aqui.
Não posso mais voltar
pra cama
só pra te encontrar.
Acabo ficando refém
da sua silhueta,
imaginária silhueta.
É a última vez que
peço,
imploro,
esperneio.
Não tenha medo
de sair dos meus
sonhos
e vir me encontrar.
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