sábado, 30 de março de 2013

My Dearest,

Mesmo com todo o tempo, o tempo todo suas palavras ainda me traziam aconchego. Chega. Não fora minha vontade perdida, realidade quebrada ou esperanças ao chão que fizeram de você mais uma lembrança. Não.
Quem me dera poder brincar com o tempo. Até quando? Fora somente você. Oh, você! Não se faça de tola, menina! Você sempre terá seus garranchos na capa do meu livro. Contudo, menina, eu não vivo mais no passado. Hoje, tenho minhas manias renovadas. Sou um completo estranho. Não, não estou falando da minha aparência - apesar de ter ingerido alguns quilos a mais. Alguns dias de academia resolvem.
Falo, então, do modo como vejo as coisas. Tudo. A vida, a rua, a chuva... E com isso, menina, o seu olhar.
Aquele olhar!
Mudou.
Mudei.
Mudamos.
E todo aquele clichê fora embora. Tinha partido do meu sistema, logo depois de você. As rosas tinham morrido. Os ingressos de cinema, perdidos. Os presentes, escondidos. As cartas, rasgadas. Tudo o que lembrava você, lentamente, começava a se esvair. Algumas músicas ainda perpetuavam em minha memória. Os rádios se tornavam meus piores inimigos. Porém, como tudo nessa vida, as músicas também tinham um final. E essa, oh menina, tinha chegado ao final.

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