Escrevo
isso com uma tremenda dor de cabeça que insiste em não ir embora. Já faz algum
tempo que você disse que ia me ligar. Três horas, na verdade. Nem sei por que
estou esperando ao certo, na maioria das vezes você não liga. Cadê você? Está
ali? Está aqui? Está se escondendo para me dar um susto? Onde está você? Nessa
madrugada fria, eu me aconchego com meu edredom na cadeira da varanda. Não
tenho sono e nem muito menos vontade de ir pra cama. Tô preocupado com você.
Sei que sou um baita de um paranoico, mas esse sou eu: me importo com coisinhas
minúsculas, que não tem importância para ninguém. Duas horas da manhã. Resolvi
te ligar, apesar de eu saber o que vai acontecer. Cinco toques, caixa postal.
Ainda nada. Será que já foi dormir? Provavelmente. O que estou fazendo, enfim?
Já devia estar na cama há um bom tempo, sonhando no dia em que nos veríamos
novamente. Essa distância consegue acabar comigo toda vez que aparece. Nunca
estou preparado, sempre sou pego de surpresa por esse maldito fantasma. Vou
mandar uma mensagem, só pra ter certeza. “Já está dormindo, amor? Se ainda não
estiver, me dá um toque. Tô com saudades. Te amo.” Deito na cama sem sono e
coloco o celular debaixo do travesseiro. Vai que ela me liga. Respiro
profundamente e fecho os olhos. Ainda estou preocupado com você. Amanhã espero
ter notícias suas. Espero.
Quero.
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