Esse seu
cheirinho tão doce de canela espalhado pelas minhas roupas. Deve ter sido na
hora que deitastes em meu ombro.
Esparramada
pelo chão, tu sentavas ao meu lado. Tinha aquele olhar de observadora, vendo o
filme sem ligar para ninguém, nem mesmo para mim. Seu fiel companheiro, o
chocolate, estava ao seu lado, como se estivesse pronto para ser devorado por
aquele seu apetite peculiar. Sempre fora assim, uma chocólatra nata, porém com
um corpo perfeitamente curvado, parecendo um violão.
Às vezes se virava
para mim, me perguntando coisas aleatórias, como que tal personagem se parecia
comigo, e vice-versa. Até me contemplava com alguns meio-sorrisos devido a
madrugada fria e sonolenta. Mesmo assim, continuavam perfeitos. A sua covinha ainda
era bem visível, tal como o som da sua risada ainda soava magnificamente bem
para meus ouvidos.
Até que,
sem mais nem menos, você se deitou em meu ombro. Juro para você, menina, o
mundo pareceu girar um pouco mais lento do que o normal naquele momento. Senti
uma vontade súbita de abaixar a minha cabeça e te roubar um beijo. Não. Me
proibi de pensar coisas relacionadas a nós dois há um tempo atrás, quando
aprendi da maneira mais difícil que temos opiniões extremamente diferentes um
do outro.
E assim
fiquei, com a sua cabeça apoiada em mim, não prestando atenção em mais nada, a
não ser você. Não tinha outros objetivos, não tinha outras metas. Só queria que
aquele momento durasse.
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