quinta-feira, 29 de maio de 2014

Confissão adolescente.

E, finalmente, você se cansa dos obstáculos, da dificuldade imposta por nós mesmos. Tudo o que queres é uma vida simples, sem nada pra que te atrapalhe, pois a vida já te exigiu de mais. Te exigira tanto que ficaras carrancudo, contento com a realidade fria e cruel. Sonhos já não fazem mais parte da rotina, estão ali, guardados, no fundo de algum lugar. E culpados é o que não faltam. Na verdade, todos somos culpados. Entramos nessa indisplicência do dia-a-dia quando aceitamos o mais simples. Até mesmo os corajosos - sim, aqueles que lutavam até o fim - hoje se encontram em algum bar de esquina qualquer, tomando um porre. O restante, reside em suas casas e até ousam teimar com o destino, enfrentando as tais barreiras invisíveis da felicidade. Alguns se dão bem (poucos), outros saboreiam o amargo sabor da derrota, da solidão. Mas quem aqui é de ferro? Alguém aí tem prazer em ser saco de pancadas? Talvez até tenha, mas eu não. Essa coisa de sacrifício em troco de nada não é comigo. Por que um dia você olha para si mesmo no espelho e vê alguém que aparenta ter o que, cinquenta anos? Nem meus pais se mostram tão cansados assim. E aí, você começa a se questionar se vale a pena toda a autoimolação, se o seu suor está sendo direcionado para algo que você, daqui a alguns anos, vai olhar e dizer: "Sofri, mas não me arrependo de nada!"

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