sábado, 17 de maio de 2014

São uma e meia da manhã e só consigo pensar em você.

A cada hora, um minuto se passava. Não conseguia fazer nada, nem mesmo a televisão o entretinha mais. Agonizava no sofá, sozinho e com um sentimento de inquietude que não sabia de onde vinha. Talvez, se tivesse ido a festa, teria sua cabeça em outro lugar (se divertindo, talvez?). Porém, escolheu ficar em casa. Sentia que não estava preparado para encarar o mundo frio que o aguardava. Sentiu que não estava pronto para ser feliz. Estava sozinho. Sentia-se abandonado, mas não lembrava de outro sentimento se não a solidão.
Desde que tudo acabou, tudo tem sido um verdadeiro inferno. Olhava ao redor, mas tudo estava em preto e banco. Não sentia mais fome, raramente comia. Almoço e janta já não existiam mais. Faculdade? Estava tão confusa que nem tentava mais entendê-la. Ia para a aula e voltava, sem desviar do caminho.
Quando chegava em casa, o dia passava tão devagar que jurava poder sentir a terra fazendo se movendo. Durante todo o resto do dia, aguardava um sinal. Um sinal de que ela estava pensando nele. Uma mensagem, uma ligação, uma atualização de status, uma música solta... Qualquer coisa. Um pouco difícil de acontecer, já que ela tinha encontrado alguém para substituí-lo. Já não tinha mais o direito de saber onde ela estava e isso acabava com ele aos poucos, pedaço por pedaço. "Com quem está?" "Está bem?". Seu tempo não incluía mais dar atenção a alguém que não tinha mais importância. Um fardo para a sua felicidade própria.
Mesmo assim, esperava. E esperava. "Ela deve estar dormindo", pensava. Mas aí, via que estava online na rede social. Após eliminar todas as desculpas possíveis, se dera conta. Se dera conta que Tom não era mais o centro das atenções. Não estava nos favoritos do celular dela. Não era com ele que ela mais conversava agora. Não era com ele que ela andava de mãos dadas. Ele não existia mais. Era só um fantasma de seu passado, que a assombrava.
Nada tinha atingido Tom tão forte quanto aquela realização. Percebeu que sua presença não era mais necessária. Percebeu que todos poderiam seguir com suas vidas. Percebeu que, novamente, estava sozinho.

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