Querido diário,
estou oficialmente
sem assunto para tratar aqui. Falar com você me ajudou bastante a enfrentar
esse momento, mesmo que eu ainda esteja perdido. Antes, eu considerava um
milhão de coisas, principalmente sobre o meu futuro. Agora, estou somente
vivendo cada dia. Sem expectativa, sem planos, sem nada. Não gosto de viver
assim, mas acho que é o jeito.
Eu chegava
a acreditar que tudo isso era parte de uma brincadeira muito bem articulada,
por parte dela. Já pensou? Esperar o dia em que ela fosse gritar “Te peguei,
babaca!” e me abraçar? Sim, eu acreditei nisso. E também percebi o quão
patético isso soava. Ia ser sofrimento na certa, Tom! Mas, finalmente descartei
isso. Não valeria a pena. Não me entenda errado: eu esperaria sim por ela, mas
a volta seria um grande SE, e não estou disposto a prolongar ainda mais meu
sofrimento. Então, optei por ficar aqui, no meu canto. Vivendo minha vida
quieto e pensando em outras coisas. É difícil? Claro que é. Chega a ser
impossível as vezes, vide minha saída de ontem. Mas, vou vivendo. Vou tentando.
Se eu não tentar, quem vai fazer isso por mim?
Acho que
a aceitação caiu na mente, por incrível que pareça. Eu achava que isso fosse
ser impossível, mas meu cérebro deu conta de bloquear diversas imagens que eu
não queria ver. Ainda estou tentando treiná-lo, então é um processo em
desenvolvimento. Nada que o tempo não possa me ajudar. Afinal, o tempo é o que
importa, não é mesmo? “Dar tempo, ao tempo!”. Cansa você ter aquela preocupação
quase psicótica e nunca ter a resposta que você quer. Você claramente vê que a
pessoa não liga/não quer a ponto de prolongar uma conversa. São sempre as
mesmas respostas, seguidas de expressões nunca antes usadas por ela. Tanto faz.
Ninguém gosta de ser saco de pancadas. E eu não sou diferente. Nunca fui forte.
Aguentei até onde deu. Atingi meu limite, assim como ela. Agora, estou na fase
do famoso “tanto faz”. Não quer falar? Tanto faz. Não tem tempo para mim? Tanto
faz. Quer ir ser feliz sem mim? Tanto faz. Quer ir transar com outros caras?
Tanto faz. Não vou ser que vou ficar segurando alguém, ainda mais quem não quer
ficar.
Devo
confessar que quase esqueci de escrever para você, Tom. Hoje, pelo menos após
eu acordar de meu sonho, não pensei muito na minha situação. Meu cérebro deu
uma trégua, mesmo que tardia. Mas, ei, não se preocupe. Estarei aqui amanhã,
até que eu me sinta seguro o bastante para não voltar. Tenha uma ótima Sexta, Tom.
Atenciosamente,
Victor Luiz.
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