sábado, 24 de maio de 2014

Dia 25 de Maio, 2014.

Querido diário,

ainda não é dia vinte e cinco, mas sinto que vou esquecer logo tudo o que quero escrever agora (obrigado, memória). Na verdade, acho que estou viciado em te escrever. Como minhas amizades agora passam por um teste árduo de sobrevivência, e a única pessoa com quem eu me sinto confortável já não tem mais a necessidade nem a vontade de conversar comigo, venho aqui humildemente pedir morada. Sem contar que a situação não permite tanta liberdade entre nós, então a maioria das conversar que temos, fica restritas a alguns assuntos. De vez em quando conversamos sobre nós, mas acho que ambos cansamos de chorar ou de ficar remoendo o passado. Então, acho que só me sobrou você, Tom (desculpe a insensibilidade).
Sábado virou o dia onde eu posso a ver sem que isso torne-se muito estranho. Na verdade, acho que ainda continuar no curso é só uma desculpa para vê-la, ao menos, uma vez na semana. E esse pensamento me levou a outro, que me deixou bastante preocupado. Pelo que entendi, as aulas desse curso que estou fazendo nas manhãs de Sábado terminarão em duas semanas. Assim, o tempo que eu teria com ela por semana equivaleria a exatamente zero, visto que não podemos sair juntos ou algo do tipo. Uma citação que li há um tempo me veio à cabeça logo quando pensei nisso: “Longe dos olhos, longe do coração.”. Não sei de onde é isso, mas não pude deixar de me preocupar com tal possibilidade. Convenhamos: nós temos um mísero tempo por semana para conversarmos cara-a-cara, e mesmo assim ainda estamos a anos luz da intimidade que tínhamos (até mesmo se compararmos antes do namoro). Se esse tempo se extinguir, o que aconteceria? A primeira possibilidade que passa pela minha cabeça é a de ela lentamente me esquecer. Afinal, as férias irão começar, e mesmo que curtas, ainda assim serão um tempo (de provavelmente um mês) no qual teremos um mínimo de contato, nos falando apenas por mensagens (acho que telefone não conta, visto que precisa ter acontecido algo para conversarmos por lá). Nisso, ela terá um bom tempo para descansar e, por que não, curtir a vida. Sem ver a minha cara feia todo Sábado, deverá ter mais intimidade com seu namorado (pararei por aqui mesmo) e essa minha ausência poderá acarretar em uma melhoria em muitos aspectos de sua vida. Resumindo: serei esquecido e ela seguirá com sua vida.
Obviamente, existe também a outra opção, que contraria a anterior. Eu queria realmente que essa opinião tivesse uma mínima possibilidade, mas não sei mais em que acreditar. Digo, um dia estou com cem por cento de certeza que as coisas darão certo e logo tudo voltará ao normal e melhor. No outro, estou totalmente acabado, com uma mísera esperança que às vezes assombra meus próprios sonhos. Não sei como colocar de outra maneira, mesmo que clichê: estou uma montanha-russa de sentimentos. Essa opção consiste na percepção dela que podemos sim reconstruir nosso relacionamento, ou pelo menos começar um do zero (o que se torna difícil com um namorado por perto). Consiste em que nos momentos de ócio, os pensamentos de nós dois a farão acreditar no nosso amor novamente. Porém, sei que para isso acontecer a sorte precisa realmente estar ao meu lado, e que as chances das coisas irem pelo outro caminho são muito maiores (como aconteceu há alguns dias atrás). Me agarro nessa opção com dentes e unhas, todos os dias. Não desistirei assim tão fácil. Não depois de tudo o que passamos.
Espero que dê tudo certo.


Atenciosamente,
Victor Luiz.

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