sábado, 31 de maio de 2014

Dia 31 de Maio, 2014.

Querido diário,

nunca pensei que chegaria o dia em que pessoas que eu conheço há menos de um ano estariam mais preocupadas comigo do que as que me conhecem há oito. Obviamente, também não esperava que meu relacionamento mais duradouro seria fadado ao fracasso, queira eu quisesse ou não. Recebi diversos conselhos, todos me dizendo para eu continuar na minha vida, sem olhar para trás. É o que eu deveria fazer, certo? Afinal, ela está namorando. Ela está em outro, enquanto eu estou aqui, remoendo-me pelo leite derramado. Tenho ciência de que a maioria dos que me deram tais conselhos, agora têm raiva de mim. Pelo simples motivo de eu não segui-los e claramente permanecer na mesma situação. Acham que eu não estou fazendo nada para sair disso tudo com a cabeça erguida. Vos provo errado. Estou tentando, meus amigos, só que no meu tempo. Acreditem ou não, preciso desse momento só para mim. Preciso sentir toda essa tristeza, antes de finalmente seguir em frente. Preciso gravar em meu cérebro todos os erros que cometi, deixando-me preparado para meu próximo relacionamento. Não, não mudarei meu jeito de ser, pelo simples motivo de estar renegando minha própria existência. Mudarei minhas atitudes e os meus objetivos de vida. Terei consciência de que todos os meus atos resultarão em alguma coisa, algum dia. Podem ser coisas boas, como também podem ser ruins (vide agora).
Comecei meu dia a acordando, como fiz na passada, mesmo com as coisas ainda estando muito estranhas. Não farei isso na próxima. Oferecerei sim uma carona, mas não ligarei. Temos agora objetivos completamente distintos, em relação ao curso que fazemos juntos, então não forçarei nada. Essa coisa de expectativa está acabando comigo, então simplesmente largarei de mão. Eu imaginava que pelo menos teríamos uma conversa cara-a-cara semanal, mas acabamos ficando naquela de “Ei, eu acho que te conheço, mas não tenho certeza.”. Também não perguntarei mais sobre seus paradeiros, ou mesmo planos. Aprendi que quem não quer falar, não fala ou dá um jeito de acabar com a conversa. Não forçarei conversa com quem tem alguém para ficar no fim do dia. Afinal, deve ter mais assunto com ele, não? Sou chato e ela não precisa mais conversar só por me namorar. Sou o passado e ele é o presente. Não reclamo. É só a vida. E ela está ai para me testar. Estou disposto a aceitar esse desafio.
Ela não foi direto para a casa, fazendo um desvio no metrô. Sim, existem inúmeras possibilidades para o que ela possa ter feito, mas é claro que irei imaginar o pior cenário. Não sei onde seu namorado mora, então fico desnorteado com a possibilidade dela ter ido na casa dele. Se estar até agora lá. De... É. Não irei perguntar. Ela odeia quando eu faço (ou odeia ter que me responder tais coisas). E também não quero saber. Pelo menos não agora. Sim, sou o maior curioso deste planeta, e isso muitas vezes me faz passar por situações as quais nunca quis. E não quero de jeito nenhum ter essa informação na minha cabeça. Como ela mesmo disse, existem coisas que são melhores não serem contadas. (uma desculpa dela para não contar e não querer me envolver no seu relacionamento).
Sim, Tom, estou perdido. Nunca estive tão perdido. Não era uma coisa que eu contava para acontecer, mas aconteceu. Mas, isso não me derrotará. Não de novo. Se tem uma coisa que aprendi sobre meus relacionamentos é que sempre dou a volta por cima. Dessa vez não vai ser diferente. Foram os dois melhores anos da minha vida que passei ao lado dela, mas acabou. Sou somente um jovem de dezenove anos e tenho uma vida toda pela frente. Tenho todos os meus sonhos na palma da minha mão. Ninguém vai tirá-los de mim. Ninguém. Sim, eu mudaria meus planos para ficar com ela, mas isso não vai acontecer. Então, seguirei com o roteiro. Espero que tenha um final feliz.


Atenciosamente,
Victor Luiz.

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