quarta-feira, 11 de junho de 2014

Quem sou?

Sou adepto do pensamento "quem não quer, não procura". Acho que se você não tem interesse em algo ou alguém, não existe mais aquela procura, ou o querer que aconteça. O problema que eu vejo nisso é o fingimento por parte de algumas pessoas, que fingem ter esse interesse, quando não tem. Odeio incertezas. Odeio esse "talvez aconteça, talvez não". Se eu quero alguma coisa, vou fazer tudo ao meu alcance para que isso aconteça de fato. Obviamente, há coisas que você não consegue, por diversos motivos. Se você quer um relacionamento, por exemplo, não há como fazer isso sozinho. É preciso o querer de ambas as partes. Você vai sim, o mais longe que conseguir, mas o resultado não vai ser o esperado. Se a pessoa não quer algo, então está feliz com sua atual situação. Então, para que interferir? Para que ir lá e ficar cutucando? É decepcionante você ter suas expectativas altas e acabar com nada em troca. É melhor simplesmente deixar de lado e seguir com seu caminho. Esqueça o que te faz mal. Procure o que te faz bem. Então, aqui vai uma dica: não finja. Não deixe incertezas no ar, não finja um orgasmo e muito menos deixe alguém pensar que existe reciprocidade onde não há. É doloroso. Omitir também é a mesma coisa. Não escolha esses caminhos se você tiver a opção.

terça-feira, 10 de junho de 2014

To realize.

To move on is to realize that you are not wanted in some place anymore. Is to realize that the best thing to do is just to walk away. You end up realizing that the past is past, even if you don't want to forget. The future, once so bright and clear, becomes blurry, since you don't know where you will go. To let go is one of the hardest things to do, but it helps if the other person already did. You have no choice, actually. You don't want to go back to the place where darkness welcomes you. You have been there. You prefer to leave what you care the most than to go back there. It is a tough choice, but the other did the same.
                Going back to the loneliness life can be tricky. You have been in the taken path for so long that you forget how to invite someone to dinner. You start to remember that you were never good at this, and start to think how could you be in a relationship in the first place. Do you even know how to sleep alone? Do you know how to spend the night without saying good night? You know you don't. You wanted to say that you are trying, as she is, but you know she is not. She doesn't need to abstain from it. She already moved on.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

June 9th, 2014.


Dear diary,

I never meant to be here. Waiting for something. Wandering in the limbo. My intentions were always to be with someone that I loved for the rest of my life. To be happy. To feel like life is worth living. I find it harder and harder to happen. I always thought that my first shot would be my last. Oh, how mistaken I was. It is such a strange world I live in. Love is supposed to be tough, I know that. It isn’t about how much you can feel happy with someone, but how much you can take without giving up. The idea of the future with someone overcomes the feeling of just walking away, even if that will make you feel better for a while. Everyone has flaws. There isn’t a single perfect person in this world. We are all looking for someone to feel good about sharing our problems with.
                People tend to find possibilities in everything. If they are in an uncomfortable situation, we search ways to get out of it. Maybe they don’t even know it, but they do. If you are in a relationship that isn’t getting to your expectations, you most likely will start to look for new partners. A friend, an acquaintance, anyone who will fit in your needs. That way, you at least have a second option, in case everything goes wrong. And I understand it, I know that this is just the world. This is the twenty first century. I just refuse to accept it. I don’t want to be a part of this madness. These modern relationships that are more and more confusing. They end in the same way they started: in a glimpse. You call your boyfriend or girlfriend, tell them you are breaking up. No contact, just a single call. I mean, why would you bother to do it in person, right? It is much more comfortable. You save yourself a whole bunch of drama. After that, you just need take it off your facebook status and you are good to go. You are ready to start dating with someone else, guilty free. You are ready to flirt with that one who you met a while ago, when you were in a relationship. Maybe even have something? Some fun night? A new partner? You can either just kiss or have sex. Both options are surprisingly common to happen.
                It is sad how things end up nowadays. Relationships were supposed to be really complicated, yet they finish like it was nothing more than just some months spent. I mean, it is supposed to, right? Gathering two people and putting them side-by-side, telling them to accept each other’s problems. It is almost impossible. I would say that this one of the most difficult things in the world: to be in a relationship. But no, it seems like people can’t have commitments. They just run away when it is convenient to them. Like there was no passion involved, or feelings. It is just “Hey, we are breaking up. Sorry about that. Bye.”. Horrible, isn’t it? Yeah, I find it too. No strings attached? Probably. I wouldn’t be surprised to hear that, actually. The way people see relationships nowadays is disgusting.
                I wish it wasn’t like that. It should matter to have someone by your side. They are not just a plastic bag, that you can throw away and then pick it up again. This isn’t okay. At least not for me. I know that people change. Feelings change. We are constantly transforming ourselves, whether we like it or not. You are not the same as you were last week and neither I am. You see things and they change you. You can feel something for somebody and, one day, you don’t anymore. You can’t control it, it is just life. I know all of it. You, and only you, make your choices through life. You can be anything you want to. You can do whatever you want to. But you have to know that there are consequences to your actions. You can’t expect to hurt someone so deeply and hope that things won’t change. It doesn’t work that way. You can’t just disappear from someone’s life and them comeback, like nothing happened. Time happened. You made your choice to vanish and there are consequences to that.
                I would also like to talk about relationships that were built from long friendships, but that would be too personal for me. I am not ready for it, yet. It is still painful and I don’t want to have thoughts on that. Not again. I need some time from this.
                Thank you for listening, Tom. I appreciate that.


Sincerely,
Victor Luiz.

domingo, 8 de junho de 2014

Dia 7 de Junho, 2014.

Querido diário,


desculpe por escrever tão tarde, Tom. Queria poder dizer que estive ocupado o dia todo, mas isso seria uma mentira.

                O novo me assusta. Acho que eu nunca soube disso. É como uma daquelas coisas quando você só descobre mais tarde na vida, tipo que você tem alergia a palmito. Sempre tenho um pé atrás quando sinto que há uma mudança por perto. Eu gosto de ter uma rotina, ou pelo menos saber o que irei fazer no dia seguinte. Sim, posso ser impulsivo quando eu quero, mas prefiro muito mais ter os pés no chão e seguir com meus planos. Quando alguma coisa sai dos trilhos, eu me perco. Totalmente. Se eu mudo de curso, se alguém sai da minha vida... todas essas coisas que estão presentes no meu dia-a-dia. Eu percebo que o que era para estar, não está mais lá. O que eu devo fazer, então? Fico assustado com essa ausência, com esse vazio que fica, ainda mais se eu estou acostumado com algo por muito tempo. Gosto de dar boa noite para quem amo, gosto de colocar meu despertador para tocar três minutos antes, gosto de sempre cumprimentar as pessoas. Rotina, Tom. Sou um cara que preza isso.

                Outra coisa que também me assusta é ter percebido que sim, todos mentem. Sempre fui um cara que tem confiança nos que estão perto. Nunca penso o pior da pessoa, que ela vai simplesmente mentir na minha cara e agir como se nada tivesse acontecido. Descobrir uma mentira sobre alguém, ainda mais em quem você confia cegamente, pode te destruir, pedaço por pedaço. Eu posso ficar com uma mentira na minha cabeça por muito, sem falar nada dela para a pessoa. Mas, acredite, eu estou pensando nela. Acho que é a mesma coisa que eu faço quando a pessoa faz algo que eu não goste, ou que fira meus princípios. Odeio ter esse defeito. Principalmente por me deixar literalmente louco de tanto pensar. Para a maioria, a maioria das coisas que desprezo não importa, então não consigo compartilhar isso com alguém. Por exemplo: apesar de estarmos no século vinte e um, e as pessoas fazerem sexo a torto e a direita, não consigo deixar de ficar enjoado ao pensar nos parceiros sexuais anteriores de alguém. É um tipo de insegurança? Talvez até seja. Mas sinto que é como se a pessoa não realmente me amasse, ou que preferisse outro, principalmente se já me conhecesse. É um sentimento horrível, Tom. Não sai da minha cabeça. Não consigo olhar com os mesmos olhos quem estiver comigo se eu descobrir algo do tipo. Se tenho dificuldades em aceitar relacionamentos passados da pessoa, imagine esse nível de intimidade? Sei lá, é muito para minha cabeça. Odeio essa merda de casualidade contemporânea. Tanto só por “ficar” quanto por sexo. Sempre odiei o carnaval por ser esse antro desse tipo de vulgaridade, ou seja lá o que isso seja. Não me leve a mal, gosto de como o carnaval pode juntar muitos amigos, mas esse aspecto me deixa realmente furioso. Pareço um velho dizendo isso, mas o que aconteceu com todo aquele eu e você para sempre? Apoio completamente o sexo somente depois do casamento, mesmo não tendo feito por onde. Fazer sexo só por fazer me soa repugnante. Quem sabe eu não pense mais assim mais tarde, não é? Quem sabe. Até lá, penso desse jeito.

                Acho que me desviei um pouco do assunto da mentira, mas é isso. Se for mentir para mim, que seja uma mentira bem fundamentada e sem furos. Porém, nunca, jamais, minta para mim se for alguém que eu amo. Nunca. Um “desvio da verdade” simples aqui e lá é aceitável, mas uma verdadeira mentira não. Principalmente se envolver amor, de qualquer das partes.

Atenciosamente,
Victor Luiz.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Dia 6 de Junho, 2014.

Querido diário,

hoje foi um dia calmo e tranquilo, por incrível que pareça. Eu devia estar feliz por ser Sexta e a maioria das minhas matérias terem acabado na faculdade. Mas, amanhã é Sábado, e já não sei mais o que esperar desse dia. Não depois de tudo. Às vezes é bom e até legal, mas a maioria é naquela mesmice de conhecidos de sempre.
Tentarei colocar meu plano de começar meu livro nessa Segunda, já que devo assistir A Culpa é das Estrelas pela tarde. Enquanto espero minha sessão, acho que seria uma boa ideia fazer algum esboço. Melhor do que ficar em casa, né? Eu acho. Não estou cem por cento confiante devido a minha última experiência, então estou meio que inseguro quanto a isso. Espero que a sessão esteja vazia, odiaria ter uma grande plateia lá dentro (os motivos acho que você já sabe). Por falar nisso, ainda estou abismado com essa destruição do meu hobbie predileto. O cinema foi sempre um lugar que eu podia relaxar e esquecer um pouco do mundo, mas agora parece que estou me forçando a ir lá. Parece não, é isso. Quero tanto fazer alguma coisa que, além dos motivos anteriores, estou fazendo essa experiência ser chata. Quem diria que um término de relacionamento me traria tantos males assim. Devo voltar no tempo e avisar meu eu-do-passado? “Ei, cara, toma cuidado aí com o que você for fazer nos seus relacionamentos, eles podem realmente te pegar de jeito.”.
Estou me recuperando ainda da minha recaída de ontem, devo confessar. Ainda vejo alguns flashbacks por aí, mas estou conseguindo viver meu dia. Também nunca pensei que faria isso de novo: “viver meu dia”. Enfim, o que é pra ser, será, não é? Verei como a banda toca. A fase de rejeição foi realmente difícil, mas acho que passei desse teste. Andei realmente pensando em todas essas mentiras, mas tanto faz. Já chorei por muito leite derramado.
Não tenho muito o que falar hoje, Tom. Estou contente por esse perídio estar finalmente acabando e ansioso pelos meses que virão. Nada mais. Até logo.


Atenciosamente,
Victor Luiz.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

O tempo. Ah, o tempo.

As pessoas mudam, meu caro. Não importa o quanto você tenha passado com elas, uma hora alguma coisa influência essa mudança: seja uma separação, uma viagem, uma nova amizade. Você vê claramente que há algo de diferente, um quê no qual nem mesmo você conhece. Uma risada diferente, até uma maneira de falar com você. Pequenas coisas, que você percebe e fica incomodado. Muito incomodado. Com raiva, quem sabe? Às vezes você até se pergunta se elas não estavam só fingindo ser alguém que não eram, ou que só adotaram essa mudança para não ficarem para trás. Você se sente impotente, pois gostava do antigo. Sente que tudo aquilo que você tanto zelou, desapareceu, bem ali na sua frente. Elas se tornam presunçosas, mesmo que nem percebam (quem sabe até fingem ser diferentes?). Realmente não entendo. É como se o passado nem existisse, como se tivesse pulado de uma época para outra, assim, do nada. É horrível presenciar essa mudança. Uma hora, você se dá conta que não conhecia quem realmente era a pessoa. Horrível.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Dia 4 de Junho, 2014.

Querido diário,

estou bem. Minha rotina aos poucos está voltando ao normal. Não muito, pois as aulas já estão acabando e logo terei que voltar para minha casa por um tempo. Mas, por enquanto estou conseguindo. Estou começando a rir mais, procurando maneiras de rir, na verdade. Chorar é horrível, ainda mais por coisa que você sabe que não mudar. E também percebi que ficar aqui, sentado, sofrendo por algo que já foi e esperando as coisas caírem na minha cabeça não vai ajudar em nada. As escolhas não são minhas, então não mudarei nada só. Deixarei o tempo decidir se essas escolhas foram boas ou ruins. Realmente não quero pensar mais em nada do tipo. Então, a melhor maneira é aceitar e seguir a vida. Foda-se o resto (desculpe o linguajar).
                Mudei meus planos com minha amiga, sobre a saída para beber. Decidi que prefiro que só ela me veja bêbado, além das coisas estarem muito caras por aqui. Iremos ter nossa festa privada na sua casa, onde posso cair e apagar. Tentarei ser sorrateiro e pegar emprestado algumas garrafas de bebidas que existem aqui em casa. Estou realmente entusiasmado com essa ideia. Não sei, Tom, nunca gostei de beber, mas parece que agora tem finalmente sentido fazer isso, sabe? Ingerir tanto até cair e apagar, sem ter tempo nem para pensar. Parece-me bem melhor do que as tentativas de dormir que venho tendo.
                Estou comprando alguns livros pelo site da Saraiva. Estou precisando de livros melosos, eu acho. Percebi que não tenho nenhum, ou que já li todos os que tenho. Sei lá, deve reanimar meu velho coração. Sim, tenho quase quarenta livros ainda não lidos na minha estante, mas não gostei de realmente nenhum para ler. Estou precisando de motivação e sinto que não estou no mood para entrar em universos estranhos. Quero somente uma história de amor, pode ser até boba.
                Não tenho muito assunto hoje, Tom, desculpe-me. Espero ter amanhã. Continuarei por aqui até eu sentir que preciso, mas não acho que isso vá demorar muito. Talvez eu mude de diário para algo com um maior intervalo. Veremos.


Atenciosamente,
Victor Luiz.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Sem tempo para a tristeza.

Você não me ensinou a viver sem você. Logo que acabou, engajou em outro. Você tem abraço, tem afeto, tem beijo, tem felicidade. Tem tudo o que eu tinha. Você me tirou tudo o que eu tinha. Foi o seu pior crime. Dois anos de rotina, para fugir na matina. Sempre estive à sua mercê, não negue. Todo o tempo livre que tinha, dedicava a você. Agora, tenho tempo. Agora, não tenho você. Agora, tenho saudade. Agora, não tenho cumplicidade.
Você não me engana, menina. Posso ver seu sorriso, de contraste ao meu bad mood. Não estou na sua visão, muito menos em opção. Afasta-se de mim como um gato foge da água. Uma conversa, alguns minutos. Um silêncio, alguns dias. Éramos tudo, viramos nada. Dois estranhos, que se conhecem muito bem. Uma conhecida, que é conhecida por outro. Boa noite, meu amor, nos falamos amanhã! Te amo! Está tudo bem, não ficarei triste. Gastei muito tempo evitando e agora tudo já foi. Estou seco, meu bem. Não consigo nem ler, acredite se quiser. Procuro estórias de amor, para ver se acho em mim mesmo. Leio tudo e não fico satisfeito. Não tem amor o suficiente para encher meu vazio.
Muitas promessas, que agora são só remessas. Não fazem nem mais sentido, com toda essa situação. Nunca gostei delas, na verdade. Sempre temi que isso acontecesse e que elas ficassem em mim. Como estão agora. Sempre que evito, me machuco. É lei? Ou sou só sortudo?
Nem as músicas, meu bem, nem elas me salvam! Todas têm você no meio. Dá para acreditar? Escuto precisando de ajuda e no fim estou pior. Desde quando isso? Estás eternizada na minha mente. Lembranças, passado. Sofrimento, presente. Incertezas, futuro. Fazer o quê, se sou somente mais um? Nada! Fica no seu canto, calado! Não atrapalhe felicidade alheia, menino! Não sabe que isso é feio?

Poema de classe.

E finalmente se entregou
ao amor que o cegou,
sem medo nenhum,
ou arrependimento algum.
O ônibus que passou
sua amada levou.
E consigo seu jeito,
seu jeito de viver.

O amanhã não se obtinha,
apenas se tinha.
Seu erro fora perder

o último ônibus do meio-dia.

Dia 3 de Junho, 2014.

Querido diário,

finalmente fui à faculdade. Devia fazer quase uma semana que eu não via meus colegas. Devo confessar que não esperava muita coisa, mas até que foi legal. Conversei com uma amiga, ela também encerrou um relacionamento longo esses dias. Não acho que realmente tenham acabado, mas só que deram um tempo. Não pude evitar de rir sobre a descrição das ações de seu namorado. Me fez bem, rir um pouco. Foi uma das risadas sinceras que dei nessas semanas. Acho que foi pelo fato de me imaginar no lugar do rapaz, percebendo que ela podia realmente ir embora (devia mesmo ter rido?). Sei lá, achei cômico. Me senti bem.
Ainda estou naquela fase de luto. É horrível viver assim, mas que posso fazer? Estou tentando, ao menos. Acho que esse é o pior sentimento, Tom: saber que ela está feliz com outro. Perceber que você não foi o suficiente, ou que falhou em perceber todos os sinais de que o barco estava afundando. Foi ótimo enquanto durou, ao menos. Terei belas memórias para recordar, mesmo que no passado. Basta agora eu viver o presente, que está aqui na minha frente. Sim, tenho meu tempo de luto, mas não é eterno. E também não estou preparado para entrar em algum relacionamento agora. Ela evita de todas as maneiras me deixar vê-la com seu namorado (às vezes fico com muita raiva disso), então não acho que seria justo fazer o contrário. E também não seria justo eu entrar em um relacionamento com alguém e dizer “Olha, eu não vou ficar de amorzinho nas redes sociais, já que minha ex fez isso comigo. Então, vamos pegar leve, ok?”. Isso seria horrível. Se eu for começar alguma coisa, vou começar de cabeça e amarei como sempre amei. Até lá, vou ficando aqui no meu cantinho. Tudo tem seu tempo, agora acredito.
Decidi bolar um plano para essas férias. Vou tentar começar com meu projeto de livro. Ainda estou em dúvida sobre qual história optar. Posso analisar meus relacionamentos, incluindo esse que acabou recentemente, ou criar uma história adolescente qualquer, mas mantendo um pouco no meu passado. Ambas as ideias parecem viáveis, só não sei qual escolher. E muito menos como começar. Tem alguma ideia? Qualquer uma é válida. O problema com isso é que ficarei uma boa parte do meu tempo no computador, a não ser que eu decida carregar meu notebook por ai. Seria uma boa, na verdade. Posso até descer e escrever por lá, quem sabe? Até no shopping. Ficar lá, observando as pessoas, sentado e relaxado. Sinto-me calmo só de pensar. Só não me sinto confortável com essa bateria, que não dura tanto. Gostaria de saber de um lugar onde eu pudesse ficar o dia todo, com uma tomada do lado. De preferência aqui por perto, quem sabe venda café? Ideias, ideias. Veremos ainda.
Fiz minha prova de Latim, hoje. Não fui muito bem, mas acho que conseguirei passar sem fazer a prova final. Tive alguns problemas para me manter focado durante, mas cheguei até me bater para fazer isso passar (take it easy, bro). Esse desequilíbrio emocional me irrita, sinceramente. Tenho dezenove anos e ainda pareço um adolescente qualquer, que teve seu coração machucado. Já passei por isso, então qual o motivo disso tudo? Não aprendi nada? É, foi brutal ter que terminar depois de dois anos juntos, mas ela quis. Ela teve os motivos dela e você tem que respeitar. Engula isso. Entenda isso. Deixa ela fazer o que ela quiser, e você faça o que você quiser também.
 Queria realmente poder fazer parte de uma banda. Sabe, ter aqueles amigos de muito tempo atrás e incorporar as músicas que mais gosto. Imaginei-me fazendo isso, na verdade. Me senti invencível. Mesmo com essa situação toda, ainda quero tocar bateria. Essa experiência, quase que traumática, poderia ter arruinado toda minha paixão por esse instrumento. Quase conseguiu. Eu ainda vou conseguir dominar isso, nem que seja a última coisa que eu faça.
Achei que não teria muita coisa para falar, mas acabei tendo. Que bom, né? Meu dinheiro não está totalmente desperdiçado. Até logo, Tom.


Atenciosamente,
Victor Luiz.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Dia 2 de Junho, 2014.

Querido diário,

ela está feliz. Era só uma questão de tempo, mas acho que chegou a hora de isso entrar na minha mente. Provavelmente já estava, só não me contou. “Ele me diz coisas que me fazem sentir a melhor das mulheres”. Na verdade, ela havia me dito totalmente o contrário, o que só me faz desacreditar mais em tudo. Sei lá, Tom, é muita confusão para minha alma tão fraca.
                As palavras que digo não condizem com o que sinto. Ainda estou divido, como te disse anteriormente. Ela merece ser feliz. Merece sentir tudo o que não sentiu comigo. Merece ter alguém que seja totalmente dedicado à ela. Merece alguém que diga que a ama quando ela menos espera. Merece fazer amor com alguém que possa fornecer todo o amor que ela precisa. Merece sentir-se a princesa que ela sempre foi. Merece ter canções dedicadas à ela. Merece ter alguém que a leve em casa e entre para beber só um copo de água. Merece usar a aliança mostrando que está comprometida com alguém que ama todos os seus defeitos e paranoias. Merece ter alguém que a faça sentir como se ela soubesse disso. Merece fazer planos com alguém que ela saiba que vai dar certo. Merece ter alguém que seja seu porto seguro. Merece casar com alguém que ela saiba ser a pessoa com quem ficará pelo resto de sua vida. Merece sentir-se feliz e ao mesmo tempo triste, toda vez que ele for embora. Feliz por tê-lo ali do lado dela o dia todo, e triste por não poder ficar com ele por mais tempo.
                O horrível disso tudo, é que não sou essa pessoa. É verdade. Por mais que eu quisesse, não a satisfiz. Não a amei como deveria ter amado. Amei sim, mas não o bastante. Não o bastante para fazê-la ficar, para fazer ela perceber que nós dois somos o certo. Ela não acreditou nisso e foi embora. Nada mais do que justo. Foi horrível, mas justo. Ter acontecido isso tudo é única coisa que eu não queria, mas aconteceu. Está escrito agora em nossos passados. Todos os acertos e todos os erros. Somos passado. Ao menos, tentei. Ela percebeu que não sou o único homem da terra. Deve ter dito graças a deus, quando percebeu. Apesar de seu amor platônico por mim, ele também acabou, como nós. Os feitiços eram quebrados a todo momento em que eu a magoava. Chegou um momento que não fazia mais sentido tentar ser feliz com um cara como eu. E aí, seu amor por mim simplesmente se exauriu. Vazio. Nada. Sou agora somente uma "assombração" de seu passado, enquanto ela vive agora o presente.
                O pior de tudo, é que não posso odiar o cara. Ele só estava lá no momento certo e na hora certa (até mesmo antes?). Ele podia nem ser o baterista da banda dela, mas foi (você por aqui, destino?). Percebeu que podia fazê-la feliz e a agarrou. Ela, procurando a felicidade, aceitou. Nada mais do que isso. Agora, constrói novas memórias, substituindo as antigas. Ri de coisas que nunca havia pensado. Adquiri novas formas de escrever, já que vê essas mesmas formas agora todos os dias. Obviamente, nada disso teria acontecido se eu tivesse feito as coisas certas. Sei disso agora. Sei que a culpa de ter ela ter ido embora é minha. Eu a forcei a fazer isso. Ela disse que poderia ter aguentado mais, mas como? Aguentar até ficar oca por dentro? Eu não valia esse sofrimento todo. Infelizmente, aprendi muitas coisas tarde demais. E essa foi nossa sentença de morte.
                Como você aguenta todos esses meus desabafos, Tom? Mesmo sendo meu psiquiatra, não sei como consegue. Eu preciso aqui desse espaço para não enlouquecer, mas você não. Tem certeza que não quer ir embora? Vou entender, se quiser. Você não vai ser o primeiro. Estou parecendo mais um babaca que magoou quem o amava. De que adianta eu fazer tantas coisas agora, se não fiz antes? De que adianta demonstrar todo o meu amor por ela, se não o fiz quando ela precisava saber? Meu amor nunca foi suficiente para ninguém, Tom. E desta vez não foi diferente.


Atenciosamente,
Victor Luiz.

domingo, 1 de junho de 2014

Dia 1º de Junho, 2014.

Querido diário,

hoje um novo mês começou. Junho começa onde Maio custou a terminar. Em retrospectiva, foi o pior mês que eu já vivi nessa minha breve existência. Sei que ainda irá ser um mês difícil para mim, ainda mais com o Dia dos Namorados chegando. Sou louco normalmente, imaginando todas as situações possíveis, que dirá nessa data.
Combinei de dia quatorze, após a festa junina de meu antigo colégio, sair para beber com a minha amiga. Acho que vai ser bom, mesmo com a minha última tentativa tendo sido um completo desastre. Na verdade, não foi tão ruim assim. Ri bastante e me mantive ocupado por algum tempo, mas eu realmente achava que seria bem melhor. Apesar disso, estou entusiasmado. Nunca havia saído com ela só com esse intuito, muito menos ficado bêbado na frente dela. Quero que seja um dia para esquecer de tudo e acordar com aquela dor de cabeça, porém não por ter tido um sonho ruim. Não quero pensar em mais nada, a não ser conversas aleatórias que sempre temos e que sempre me fazem rir. Será um dia que esquecerei todas as minhas mágoas e todo o meu sofrimento nessas últimas semanas. Posso até voltar a mesma rotina depois disso, mas ao menos tentarei desviar minha cabeça nessa noite. Não quero ficar para trás enquanto ela vai seguindo a sua vida. Discutimos muito sobre isso: se ela fosse, eu também iria. Então não vou ficar de otário nessa.
Não “falo” com ela desde ontem, após sair do metrô. Sei que, além da situação óbvia, ela está triste comigo por ter insinuado onde ela estava na Sexta. Tudo o que eu falo é errado, mesmo não sendo o tão rude quanto ela pensa. Na verdade, tudo por mensagens passa uma ideia errada. Mas, como ela não quer mais falar comigo por telefone, é o que me resta, e essas brigas fúteis só continuam. Às vezes acho que ela quer ficar com raiva de mim, só para ter aquela aceitação final de seguir e não se importar comigo. Tenho achado muito isso, ultimamente. Ela acha que, tendo um namorado, as coisas vão ser as mesmas entre nós. Onde isso funciona? Ela sendo feliz com alguém e eu aqui, tentando manter uma amizade relativamente boa? Não dá, cara. O máximo que podemos fazer é ter essa amizade, mesmo que desgastada e severamente comprometida. É isso ou simplesmente não nos falarmos e não olharmos para a cara do outro (o que é, na verdade, o que está acontecendo). Tenho tentado muito resgatar pelo menos alguma coisa que tínhamos, mesmo antes de namorar, mas é sempre um passo para frente e dois para trás. Fazer o que, não é como se fôssemos namorados mesmo, não é?
Essa semana andarei mais ocupado com assuntos da faculdade, então talvez isso me ajude um pouco. Espero que sim. Até mais, Tom.


Atenciosamente,
Victor Luiz.