sábado, 29 de novembro de 2014

How come your arms are not around me?

Nessas noites serenas
um sentimento estranho chega
impedindo-me de ter paz.
Rolo pra cá,
rolo pra lá.
Encaro a parede,
meu pé
e até o cabide.
Nada.
Essa inquietude me agride.
Sem descanso,
os dias passam arrastados.
O que anda faltando?
Vejo a luz acabar
e a escuridão reinar.
Vago por aí
esperando por um desfecho.
Listando esses sintomas no papel
dou-me conta:
tua ausência me faz um mal danado.  

domingo, 23 de novembro de 2014

É, morena, tá tudo bem.

                Tenho certeza que foi somente um sonho. Mas também tenho certeza realmente aconteceu. Faz algum sentido? Acordar e ter dúvida de sua própria realidade?
            Olhei para uma foto tua e fiquei em silêncio. Onde estás, meu bem? Por que se escondes? Meus braços estão abertos, esperando teu corpo que insiste em completar o meu. A porta está aberta e as luzes apagadas, mesmo com meu medo ilógico do escuro. Espero pelo teu cheiro, que até hoje não consigo definir. Espero pelo teu cabelo enrolado com o meu, em um delicioso uníssono. Espero pela tua boca grudada na minha, sussurrando em meu ouvido frases que são gravadas em minha memória. Espero pelos teus pés, lutando com os meus para decidir quem fica em baixo. Espero pelo som da tua risada entrar em meu quarto. Essa sua gargalhada gostosa tem um quê de especial, que me conforta nas piores das tempestades. De verdade, espero pelo dia no qual você vai vir, e não vai mais sair.
De nossos afagos, cuido eu. Mas vem logo que a chuva está apertando e esqueci de fechar as janelas. 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Gunslinger.

                I felt the inexplicably urge to collide my lips with hers, although I have already done it countless times in the past. Her mouth seems to summon mine every time I see those big light brown eyes. I, disabled to refuse, see my own body move on its own. She moves as if music is always playing in the background, gracefully gliding on the cracked streets. I would have never imagined that seeing such magnificent display could bring me any kind of sorrow. I couldn’t be more mistaken. I can’t bear the thought of not being able to touch her whenever I want. This need consumes me as I crumble to fulfill my day with pointless activities, in a desperate attempt to keep my mind aside from this madness. Every day without her presence is a struggle. The week ends, along with my patience. The struggle has never been more real. The time we have is awfully limited, if compared to what my compulsion demands. The cycle is renewed each time I see her beautiful face in front of me. For a while, everything appears to be okay, in order. The urge is still there, but she brings me a certain placidness that I cannot comprehend.
                Am I going insane?

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

The Girl.

                Aquele olhar que tanto me fascina, com tua íris clara e negra nas pontas, perseguia-me. Teus olhos fitavam-me de um modo que eu não podia escapar. Minha boca clamava pela tua, sufocando-me a cada minuto de abstinência. Teu corpo vestido queimava minhas mãos, ignorando qualquer lei, fazendo com que meu corpo ansiasse por coisas que somente ouso dizer em teu ouvido. Se fui rude, perdão, meu bem. Não estou acostumado com meu instinto falando mais alto, tamanha minha imersão em todos as suas curvas que minha memória se recusa a esquecer. Se vou ser refém de alguma coisa nessa minha vida, quero ser refém de teus beijos, de teus abraços e de tuas loucuras, sem direito a resgate. Quero olhar e não só ver tua pupila, mas quero enxergar todos os seus medos, teus arrependimentos e planos para o futuro que te aguarda. Sem pressa, quero explorar todos os teus traços e gravá-los em minha mente, sem esquecer dos seus pontos de risadas aleatórios. Sem pressa, quero você fique aí, enquanto estou aí. 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

I Don't Need to Know.

Momentos que acabam mais rápido do que começaram. Do que é feito o amanhã? De momentos? Onde se esconde a verdade? Onde mora a dúvida? Em uma utopia, onde estaríamos? Existe essa coisa de tempo certo?
Para quem sempre mergulha, somente molhar os dedos do pé foi um início diferente. Meticuloso, se permite-me. É, no mínimo, chato ter que olhar por onde anda, com medo de cair no mesmo buraco, ou até descobrir um novo. Requer muito mais da alma, que acaba deixando de ser leve e se torna meio fechada, preocupada com detalhes. Prestar atenção no específico rouba a magia do simples, do inesperado. Substitui a felicidade inexplicável pela alegria moderada. A expectativa é essencial, desde que balanceada com a realidade. Não saber os próximos capítulos te faz querer seguir em frente para, por fim, descobrir o desenrolar da estória. Faça tudo o que quiser, só não me diga o final.
Bobo que sou, acabei ficando encharcado. Desculpem-me os céticos, mas tomar um banho de chuva é uma dádiva.

domingo, 2 de novembro de 2014

Você é, de um jeito estranho e arbitrário, visitante constante dos meus pensamentos.

Por tantas noites
estavas lá,
risonha,
com seu sorriso
mais que perfeito.

Por tantas noites
caminhavas comigo,
inquieta,
com seu andar
mais que perfeito.

Por tantas noites
beijavas a mim,
boba,
com sua boca
mais que perfeita.

Por tantas noites
imaginei você,
pequena,
com sua forma
mais que perfeita.

Hoje,
você veio,
linda
e tornou-se uma realidade
mais que perfeita.