quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Paixão de metrô.

Olhamo-nos. Desviamos. Eu olhei, ela desviou. Ela olhou, eu desviei. Carregávamos o mesmo livro (talvez os mesmos gostos?). Insisti em encará-la, até que nossos olhos se encontraram e permaneceram assim. Ficamos ali, parados, olhando um para o outro e acabamos esquecendo nossos livros. Senti seu sorriso me abraçar de uma maneira bizarra, como se eu nem ao menos pudesse recusar. Estaria eu em algum tipo de feitiço? Queria ir lá e ficar ao seu lado, porém minhas pernas não obedeciam meus comandos. Restou-me observar suas tentativas de não parecer sem graça.
Antes que alguma coisa pudesse acontecer, as portas abriram-se. Seus olhos arregalaram-se e ela logo tratou de levantar. Dirigiu-me seu olhar uma última vez, assim que saiu. Deu-me um aceno e um sorriso que me persegue até hoje em meus sonhos. Partimos em direções opostas, mas sinto que algo meu ficou com aquela menina dos cabelos castanhos. As pessoas deveriam dizer em qual estação irão saltar!

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Rima sem poesia.

Antes da fila do pão,
tem a fila do buzão.
Em ambas, eu,
distraído da vida,
tenho pensando em você.
Sou clichê,
tanto que chego a enjoar.
Mas não reclamaria de você,
abrindo a porta,
me dizendo que vai ficar.

Meu andar é frágil.
Espera encontrar o seu
numa rua qualquer,
numa hora qualquer.
Meu bem, sou assim mesmo,
louco por ti
e essa tua risada,
gravada em minha memória.

sábado, 4 de outubro de 2014

Mein Kampf.

If you don't get close to others, you will never be betrayed and you will never hurt each other. But you will also never be able to forget your loneliness. Humans can never banish their loneliness for good, because being human means being alone. Humans are able to go on with their lives, because they are able to forget it every so often. Humans constantly feel pain in their hearts. The heart is so sensitive to pain, humans also feel that to live is to suffer. Well, I guess it just means love begins for no reason, but always ends for one.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O que te faz feliz?

                Caminhando hoje pela rua, imaginei te encontrar ali na esquina. Imaginei poder olhar todos os seus traços e memorizá-los em minha mente, linha por linha. Desculpe-me a franqueza, mas não sou de esconder nada. Essa coisa de fingir não é comigo: digo logo que você me fascina, garota. Quem me olha por aí sabe em que só penso em você, até minha avó. Perdido, não sei aonde ir. Onde estás? Chegue mais perto e sussurre em meus ouvidos. Deixe-me passar meus dedos pelos seus cabelos, culminando em seu pescoço. Deixe-me te ligar e perguntar como foi seu dia, só para te ouvir. Vamos ser presente, antes que futuro. Não ousaria te enganar quanto aos meus sentimentos, então nem tento. Acredite quando eu digo: meu dia é mais feliz contigo.
                Toda vez que vou dormir (a hora sagrada dos sonhadores), anseio por suas palavras, que me trazem tranquilidade e conforto. Fecho meus olhos e durmo como uma pedra, lembrando de sua voz já falhada pelo cansaço. Acho-a linda, antes que me contradiga! Não me confunda com um assassino em série, somente sou um apaixonado-clichê qualquer. O que é paixão, afinal? Não me pergunte coisas que não sei. A certeza que tenho é essa: sou louco por você. E essa, meu bem, é a pura verdade.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Quase poesia.

Te vi em meu sonho
sem muita pretensão
andando por aí
(tentando me encontrar?).
Te olhei
te observei
e respirei.
Que beldade era aquela?
Sorriso cheio de dentes
que me dava um negócio
bem aqui dentro.
Era gostoso,
ô se era.
Ria sempre,
até quando não der.
Damos um jeito,
meu bem,
não te preocupas.
Só precisamos do recíproco
e de alguns afagos.