terça-feira, 28 de abril de 2015

Desires.

                Tenho sonhado com a sua silhueta de morena, vista de relance pela minha visão meia-boca. A nostalgia que chega é a mesma que me impede de dormir. Sentado aqui, nesse sofá, com sono fulminando meus olhos, sei que não conseguirei fechá-los. As memórias são gradativas e dolorosas. Todas me lembrar de como a sua falta corrói as entranhas de meu corpo.
                Chego a pensar em como você está, por onde e com quem anda. Logo me dou conta de que a sua presença já não faz mais parte de mim. Ainda pensas em mim? Pois eu penso em você. Com roupa por aí, ou nua em meus braços. Calma, com o olhar tranquilo que me faz perder a noção de mundo. Teus dedos pressionando minha face, absorvendo todo meu ser. Tua boca sussurrando coisas que não consigo esquecer.
                Tenha piedade de mim, meu bem. Não posso viver sem antes te ter.

Potion Aprroaching.

                Corri até não sentir mais o tremor de minhas pernas. Sentia-me preso em minha própria mente. Tinha a sensação de querer algo impossível, inalcançável. Seu par de olhos cor-de-mel assombravam meus pensamentos, mostrando o quão desesperado eu ficara. Tua abstinência pesava em meu corpo. Teu silêncio corrompia minha sanidade.
                Minhas mãos (logo elas!) pareciam ter envelhecido dez anos. Os cabelos de minha barba começavam a apresentar sinais da idade. Tudo me fazia lembrar de algo distante, gracioso e com nome. Rude por definição própria, tinha o sorriso mais belo. Teus dotes físicos e intelectuais me enchiam de uma mistura de admiração e tesão. Era poeta e nem sabia. Assim como não sabia todo o mal que me fazia. Assim como não sabia todo o bem que me fazia.
                Por um tempo, achei que o equilíbrio bastava-me, somente para perceber que eu nunca estava satisfeito. Todos os minutos de longe de teu cheiro eram errados, sem nexo com os meus desejos. A tristeza de meu ser dizia: o meu querer era muito pouco para toda a sua relatividade. 

Leaving Blues.

                Não acho que exista ganho ao remexer coisas do passado. Tudo bem, admito que procurar pelos primeiros sinais do fim possa garantir algumas horas de sono mais tranquilas, mas existem certas coisas que devem ser deixadas para trás.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Rough hands.

- Você por aqui, chefe? Faz um tanto que não te vejo.
- Não dizem que o álcool tira as ilusões? Estou aqui para comprovar essa teoria.